Justificação é um termo tão pouco usado hoje em dia e, por incrível que possa parecer, é a base do evangelho de Cristo Jesus. Ás vezes me pergunto: que evangelho é esse que estão pregando por ai que não fala de justificação? Ou que evangélicos são esses que não sabem o que é justificação e, na verdade, nem acham que precisam ser justificados?
Entender a justificação não é difícil, é simples, mas não é algo que se consegue por esforço próprio, é dado por meio de Cristo e alcançado através da fé “por meio dele, todo aquele que crê é justificado de todas as coisas das quais não podiam ser justificados pela Lei de Moisés” (At 13.39)
Justificação significa declarar justo, ou seja, declarar acerca de um homem, em um tribunal, que ele não está sujeito a qualquer penalidade, mas que ele é dotado de todos os privilégios devidos àqueles que sempre observam a lei. A primeira pergunta que surge dessa definição é: do que eu preciso ser justificado? E essa é a pergunta crucial.
Muitos não acham que precisam ser justificados por já se considerarem justos. Para estes, o sacrifício de Cristo não tem efeito, pois não precisam dele, já se consideram justos por seguirem um conjunto de leis, por frequentar a “igreja” regularmente, por fazer parte de algum ministério, por dar o dizimo. Assim eram os fariseus da época de Jesus, e assim são os de hoje, que também podem ser conhecidos como religiosos. Para esses Paulo adverte: “Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, porque, como se ainda pertencessem a ele, vocês se submetem a regras: Não manuseie! Não prove! Não toque!” (Cl 2.20-21)
A palavra de Deus é clara “Não há nenhum justo, nem um sequer...” (Rm 3.10) e a prática da lei não pode declarar ninguém como justo diante de Deus “Portanto, ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à Lei, pois é mediante a Lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado” (Rm 3.20).
Para que serve a lei então? Como o próprio texto diz ela serve para nos tornar conscientes do pecado. Se ela serve para nos tornar conscientes do pecado, como ela pode me tornar justo? Na verdade, não pode. Mas ela serve para nos guiar até Cristo “Assim a Lei foi o nosso tutor até Cristo, para que fossemos justificados pela fé” (Gl 3.24)
A lei impõe uma dupla exigência aos pecadores: 1. Requer plena obediência aos seus preceitos, e 2. Requer dos pecadores que suportem plenamente a sua penalidade. Cumprir essa dupla exigência é impossível ao homem, mas aquilo que era impossível ao homem foi completamente satisfeito em Cristo. Simples assim!
Então, a justificação não é alcançada por algo que eu possa fazer, mas pelo que Cristo fez “Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus” (2Co 5.21), e só cabe a nós crer. Simples assim!
Quando Deus olha para os pecadores que creram em Cristo, a sua ira é apaziguada, pois ele não enxergar mais a ofensa e sim a justiça, pois o pecador está banhado no sangue do seu Filho que se fez pecado no lugar dele.
Esse é o evangelho de Cristo, evangelho de justificação, mérito de Deus, que não pode ser alcançado com justiça própria ou lei, muito menos comprado com dinheiro ou com boas ações, uma boa noticia que traz liberdade àquele que crê. Estamos livres do legalismo por meio de Cristo.
Justificação é a sentença judiciária do último dia trazido ao presente, é um veredito final que jamais será revertido “... e aos que justificou, também glorificou.” (Rm 8.30), “glorificou” no passado.
Pela justificação em Cristo o meu passado está redimido, o meu presente faz sentido e o meu futuro está garantido, a ele seja a glória para todo o sempre. Amém!
Simples não é? Porque será que complicamos tanto?
Por seu Reino e sua simplicidade!
Rodrigo Rezende
Meu Deus se essa for msm a interpretação de justificação o pecado então está liberado