2. Como sou perdoado?
Pedindo perdão, seria a resposta de muitos. Mas o que foi feito para que o Senhor aceitasse o meu perdão? Se não existe nada em mim que o agrada, como a sua ira foi apaziguada?
Vamos voltar ao Antigo Testamento. Como acontecia o perdão dos pecados no Antigo Testamento? Através do sacrifício de um animal, alguém precisava pagar com a vida, e sobrava para o pobre animalzinho.
Mas será que só o sacrifício perdoava o indivíduo? Acredito que não. Deixa eu explicar, o sacrifício sem arrependimento não perdoava ninguém, o sacrifício sem a esperança no que o sacrifício significava não adiantava, era vazio.
Olha o que Samuel disse a Saul: “Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor que o sacrifício, e a submissão é melhor que a gordura de carneiros” (1Sm 15.22). E olha que o Senhor Jesus disse aos fariseus: “Vão aprender o que significa isto: Desejo misericórdia, não sacrifício. Pois eu não vim chamar justos, mas pecadores.” (Mt 9.13).
Cristo é o cordeiro definitivo que pagou a divida de uma vez por todas (Jo 1.29), ele é a propiciação definitiva pelos nossos pecados “Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça.” (Rm 3.25)
Mas o que é propiciação? Literalmente, a ideia da propiciação é de aplacar ou acalmar a ira de Deus. Ele mesmo providenciou uma maneira de apaziguar a sua ira, e essa maneira se chama Cristo Jesus, o filho de Deus, o cordeiro imaculado. Por que foi necessário Cristo morrer? Porque “sem derramamento de sangue não há perdão.” (Hb 9.21).
Se Cristo morreu para apaziguar a ira de Deus significa que Deus é um Deus irado, mas isso não vai contra o fato de que ele é amor? Claro que não. A ira e o amor de Deus funcionam em perfeita harmonia. Vou dar um exemplo: Você ama os bebês? Se você ama os bebês, você odeia o aborto. Você ama os judeus? Se sim, você vai odiar o holocausto. Você ama os negros? Se sim, você vai odiar a escravidão. Se Deus ama a justiça vai odiar o pecado.
João nos mostra o amor e a ira de Deus funcionando juntos “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.” (1Jo 4.10). Ele tanto é amor que providenciou uma maneira de apaziguar a sua ira. É como se com uma mão ele segurasse sua ira e com a outra chamasse os pecadores ao arrependimento.
Essa afirmação não deveria gerar em mim estranheza, mas sim alegria, em saber que sirvo um Deus justo, e que esse Deus justo me ama ao ponto de sacrificar o próprio filho para restaurar o relacionamento comigo.
Será que temos nos alegrado constantemente no perdão que temos em Cristo Jesus? Será que temos vivido vidas de gratidão a ele, por ter morrido para apaziguar uma ira que não era contra ele, mas contra nós?
Que vivamos vidas agradecidas a Cristo. Não querendo pagar o que não se pode pagar, mas aceitando o que já foi pago.
Por seu Reino de perdão!
Rodrigo Rezende