15 TESES SOBRE A VERDADEIRA IGREJA - 2


2. Mudar o sistema de “categogas”.

O que são “categogas”? Categogas é uma palavra que mistura as “catedrais” (cristãos) e as “sinagogas” (judeus). Essa palavra foi inventada por Wolfgang Simson em seu livro “casas que transformam o mundo”. Ela é a palavra usada por ele para exemplificar o tipo de estrutura existente na maioria das igrejas nos dias atuais. Desde a época de Constantino, no século IV, a igreja católica desenvolveu esse sistema religioso que consistia de um templo (a catedral) e de um padrão básico de culto que imitava a sinagoga judaica, e a igreja continua seguindo-o até hoje.

Esse sistema cresceu e depois da reforma protestante se desenrolou nas denominações. Na reforma, Lutero conseguiu reformar o conteúdo do evangelho “sola fide, sola scriptura, solus Christus, sola gratia, soli Deo gloria” (só a fé, só a escritura, só Cristo, só a graça, só a Deus glória), mas a estrutura continuou intacta. A maioria dos cristãos cresceu dentro desse sistema e talvez ache muito difícil uma igreja sobreviver fora dele. Não é possível voltar na história e mudar o que aconteceu, mas também não precisamos aceitar esse sistema como imutável.

Você já parou para se perguntar: Por que a igreja de Cristo precisa de um prédio? Não estou dizendo que não possa ter, mas ela não precisa de um prédio, sobreviveu por 300 anos sem um, e Cristo em momento nenhum orientou os discípulos a fazerem um. Se a igreja se reunisse nas casas ela precisaria de um estatuto? Você quando se reúne com sua família segue algum estatuto, ordem de culto ou rol de membros? Por que a igreja de Cristo precisa de uma denominação? Nomes diferentes são usados para diferenciar uns dos outros, mas para que eu quero me diferenciar se todos somos a “noiva” de Cristo, o “corpo” do qual ele é o cabeça “Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo.” (1Co 12.27). Em cada cidade existe somente uma igreja, a igreja de Cristo da cidade (Ef 4.2-5).

Por que o ensino e a liderança da igreja atual são centralizados em uma pessoa, o pastor principal? Isso foi o casamento entre o ratinho (célula) e o elefante (a reunião da cidade). Essa união gerou um produto totalmente incomum: a “igreja dos pastores”. Esse produto é uma igreja profissionalizada com sacerdotes convenientes ao estado, que também correspondiam à demanda, e era elevada por um culto nobre. Logo construíram-se prédios especiais para as necessidades religiosas das congregações eclesiásticas, e passo a passo a igreja deu adeus ao cotidiano, trajou-se de relíquias adotadas do Antigo Testamento – como sacerdotes, altares e rituais de elevado teor simbólico – recaindo para formas de culto em que a maioria dos presentes era forçada a ser espectadora, porque praticamente não havia mais possibilidade de inserir-se como “leiga” nos cultos. O problema não está no antigo Testamento, mas em transferir princípios dele para época do Novo Testamento sem considerar a evolução do relacionamento entre Deus e o ser humano.

Nesse sistema de categogas, ou igreja dos pastores, as palavras perderam o seu verdadeiro significado. Igreja deixou de ser a reunião dos santos, para se tornar um prédio. Adoração deixou de ser uma vida devota e passou a ser um momento onde se louva usando música. Culto deixou de ser minha vida e passou a ser um encontro público. Piedade deixou de ser uma pessoa que tem um relacionamento profundo com Cristo e passou a ser sentir pena de outro. O Sacerdócio de todos os santos passou a ser o sacerdócio de alguns poucos ministros ordenados. Templo deixou de ser o meu corpo como habitação do Espírito Santo e passou a ser o lugar onde se reúne para culto.

Ser verdadeira igreja é viver como Cristo viveu, amar o próximo como a si mesmo, suportar o irmão em amor, perdoar uns aos outros como Cristo nos perdoou, cuidar do próximo em suas necessidades e fazer a vontade de Deus aqui na terra expandindo o seu reino.

Verdadeira igreja ou categogas? A escolha é sua.

Um comentario

  1. Anônimo says:

    Parabens pelos seus posts. Muito pertinente o seu texto, aliás uma reflexão que já não é nova, e nem poderia ser, mas quase sempre ignorada.
    Eu assino em baixo de todo o texto, a questão de não ser primordial ter um prédio, a questão das inversões de valores e etc..
    Só não vejo problema em diferentes nomes e denominações, isso não é problematico no meu ver, o problema é quando isso é uma barreira e so torna algo segregativo. Acho que igreja com diferentes nomes é necessário para diferenciar visão, localidade e etc...
    A paz e as bençãos do Senhor para ti.

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