Carma geralmente é uma palavra mal entendida. Em quase todas às vezes a usamos como sinônimo de “destino”, como se estivéssemos recebendo algo que não fizemos nada para merecer, e na maioria das vezes algo ruim.
Mas a verdade é que carma é o contrário disso, carma é “pagar pelo que fez”. Se eu realizo uma maldade com alguém, um dia alguém realizará uma maldade para mim. É por essa lei que o universo funciona.
É o grande toma lá dá cá. É aquilo que semear isso colherá. Se eu fizer algo de bom receberei coisas boas, se fizer algo ruim receberei coisas ruins. Infelizmente é assim que olhamos a maioria das coisas nas nossas vidas.
A própria Bíblia, por algumas vezes, parece sugerir isso: “Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” (Gl 6.7) e em outros textos.
Na verdade essa é a ordem natural das coisas, isso é fácil de entender. Como também é fácil entender justiça, justificação propiciação, o que não é fácil de entender é a graça.
A graça caminha na direção contrária a do carma. A graça não é natural aos nossos olhos, nós não nascemos sabendo, por isso é difícil de entender. Precisamos entender como o servo da parábola:
“Qual de vocês que, tendo um servo que esteja arando ou cuidando das ovelhas, lhe dirá, quando ele chegar do campo: venha agora e sente-se para comer? Ao contrário não dirá: prepare o meu jantar, apronte-se e sirva-me enquanto como e bebo; depois disso você pode comer e beber? Será que ele agradecerá ao servo por ter feito o que lhe foi ordenado? Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes for ordenado, devem dizer: somos servos inúteis apenas cumprimos o nosso dever.” (Lc 17.7-10)
Nada do que eu faça, como servo, pode ressarcir o preço pago pelo meu Senhor, pois foi um preço muito alto, sua vida na cruz. E ele fez isso, não esperando receber nada em troca, nem por nada que tenhamos feito, fez por amor, fez por sua própria decisão junto com o Pai. Isso é graça.
Mas ainda, em muitas ocasiões, interagimos com Deus através do carma e não da graça. Como diz a parábola, Deus não precisa me agradecer por ter feito algo que era minha obrigação. Sou servo inútil e tudo que tenho é graças à bondade e misericórdia do meu Senhor.
Abandone o carma e desfrute da graça, pois dela depende toda a nossa vida.
Por seu Reino!
Rodrigo Rezende