Banho de Graca

Ontem foi um dia realmente difícil, um dia daqueles. O trabalho estava pegado, trabalhei até as 23:00, e ainda por cima eu moro longe do trabalho. Durante o caminho eu fui pensando no banho quentinho e relaxante que eu tomaria quando chegasse em casa.

O show de Truman e a Religiosidade

Mês passado eu estava passando os canais na televisão e me deparei com esse filme “O Show de Truman”. O show de Truman é um filme de 1998, eu o assisti na época do lançamento e depois nunca mais tinha visto (isso prova que estou ficando velho).

#006 - Jesus e Nicodemos

Daqui para frente Jesus terá uma série de encontros onde seu objetivo principal será expor os corações das pessoas. E ele começa essa série se encontrando com Nicodemos e durante esse encontro Jesus nos ensina sobre o novo nascimento, nascimento esse que vem do Espírito e não da carne.

#005 - Jesus no Templo

Jesus expulsa os mercadores que estavam no templo, fazendo da graça de Deus um comércio. Nem parece que isso foi escrito a dois mil anos atrás. Jesus muda a visão deles de templo e de graça.

Archive for 01/04/2012 - 01/05/2012

Devocao, nossa plataforma de lancamento!




Sou pastor, não porque fui ordenado num concilio (e por incrível que pareça eu fui), mas porque o Senhor me chamou. Mas por que estou dizendo isso? Porque se espera muito de um pastor. Um pouco por causa da visão errada de que o pastor é o cara que faz tudo, que faz a igreja andar, um pouco porque o pastor também gosta de ser o centro das atenções, e eu falo isso na condição de pastor.


Mas por muitas vezes, nem o mínio que se espera de um pastor, a sua devoção ao Senhor, é característica notória em sua vida. Parece que as pessoas não veem a devoção como a característica principal de um pastor. Elas esperam que o pastor seja simpático, um bom orador, uma pessoa que toma decisões rápidas, um bom líder e etc.


Mas isso não é nada sem piedade “De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro” (1Tm 6.6).


Em parte, eu creio que isso é culpa da igreja. Nós procuramos pastores de forma errada, a devoção, se está listada entre as características de um pastor, está entre as últimas, provando assim que não nos preocupamos muito com isso, nos preocupamos mais com eloquência e um bom currículo.


Por algum tempo eu me afastei dessa prática. Lia Bíblia para preparar sermão, ou estudo, orava durante as refeições e antes de dormir. Mas o Senhor me incomodou a voltar ao relacionamento profundo e sadio com ele. E vou te dizer uma coisa, não existe nada melhor do que isso, nada melhor do que estar próximo ao Senhor.


Não existe nenhuma regra mágica, nem objeto ungido, nem 10 passos, nem é preciso pagar por isso, basta buscar o Senhor como no verso da cantiga “leia a Bíblia e faça oração se quiser crescer”.


Se você está lendo esse artigo e entende que não tem uma vida devocional com o Senhor, ou que teve e por muito tempo isso ficou para trás, pare agora de ler e se ajoelhe, peça perdão a Deus, e reate o seu relacionamento com ele.


Se assim o fez, se prepare para ser lançado, não em um ministério astronomicamente conhecido, não em fama e dinheiro, nem em mega igrejas, mas nos braços do Pai.


“Devoção é a nossa plataforma de lançamento” essa frase não é minha, ouvi do meu amigo João Costa numa conversa. Meu amigo obrigado pelas conversas e que possamos ser lançados nos braços do Pai através da devoção, abraço.

Por seu Reino de devoção!

Rodrigo Rezende

Abaixo a informalidade



Acredito que eu esteja desatualizado, mas só ontem fiquei sabendo da existência de um sindicato de pastores. Deus me levou a uma reunião onde eu pude conhecer alguns homens e mulheres de Deus que compartilharam sobre isso comigo.
Sindicato é uma agremiação fundada para defender os interesses comuns dos seus membros. Entre os interesses do sindicato dos pastores estão:
1.    Carteira assinada.
2.    13 salário.
3.    Férias.
4.    Piso salarial.
Não sou contra a valorização do pastor, mas creio que o ministério é um chamado e não uma profissão, meu receio é que o ministério acabe sendo profissionalizado.
Mas o que mais me preocupou não foi isso, foi saber do interesse do sindicato em aumentar cada vez mais o número de membros ao mesmo tempo em que tenta acabar com a informalidade, ou seja, eles não aceitam pastores de novos ministérios, só aqueles que são vinculados a igrejas históricas, na verdade, desencorajam o pastoreio desse tipo de comunidade.
A igreja está paulatinamente se aproximando do estado, acabando com essa separação na qual tantos, por tantos anos, lutaram para conseguir. O estado quer acabar com os empregos informais e parece que o sindicato de pastores também, quer acabar com os pastores e as igrejas informais.
Mas o que é ser informal? Etimologicamente significa "sem forma". E por que tanta briga por causa de forma? Sinceramente eu não sei, mas sei que muitas brigas e muitas divisões ocorrem por causa da forma.
O problema da forma é que ela também é uma forma (de gelo por exemplo), ou seja, ela sempre limita o que está dentro dela. O que faremos então, não teremos forma? Claro que teremos, até porque é impossível não ter uma forma. Mas não vamos colocar o valor na forma e sim no conteúdo.
O conteúdo é o evangelho e ele não tem como ser enclausurado em uma forma, as formas são meios, ferramentas pelas quais o evangelho é transmitido e vivido. Creio que muitos dos que se intitulam informais são os mais apegados à forma. O objetivo é ter uma forma que representa os princípios bíblicos, mas não se limitar a essa forma e estar sempre pronto a reavaliar se a forma usada está comunicando no tempo em que vivemos.
Infelizmente muita briga é travada por forma, um ou dois cultos no domingo, horário de EBD, se pode bater palmas ou não no louvor, se levanta a mão ou não, enquanto isso o evangelho vai ficando em segundo plano.
Fui muito impactado pela letra dessa música do João Alexandre:
Enquanto o domingo ainda for nosso dia sagrado,
E em nome de Deus se deixar os feridos de lado.
Enquanto o pecado ainda for tão somente um pecado.
Vivido, sentido, embutido, espremido e pensado.
Enquanto se canta e se dança de olhos fechados
Tem gente morrendo de fome por todos os lados.
O Deus que se canta nem sempre é o Deus que se vive, não
Pois Deus se revela, se envolve, resolve e revive
Não tem jeito não, não tem jeito não."

            A mensagem que levamos é muito maior do que qualquer forma ou instituição.

Por seu Reino de unidade!

Rodrigo Rezende

O chamado



            Estamos vivendo tempos onde está cada vez mais difícil reconhecer se um líder é realmente chamado pelo Senhor ou um profissional eclesiástico. Eu mesmo conheço alguns que se converteram depois que já estavam exercendo o ministério. Isso é mais normal do que imaginamos.
            Não acredito que tais líderes façam isso de maldade, sei que existem aqueles que o fazem, mas são a minoria. Mas muitos entram no ministério por pressão de outras pessoas, porque são eloquentes, porque se destacam nas atividades da igreja, porque têm bons relacionamentos e etc. Essas são boas características, mas elas em si não qualificam para o ministério.
           O que qualifica o líder para o ministério é o “chamado” de Deus. É engraçado perceber que quando uma igreja está procurando um pastor essa não é uma das primeiras preocupações, se é que se preocupam com isso.
            O chamado é aquilo que vai fazer com que o ministro persista mesmo quando tudo parece estar dando errado, é o que vai dar a ele a garantia de que Deus está com ele mesmo quando o ministério não parece estar dando frutos.
           Isso é nítido no chamado de Jeremias: “Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o designei profeta às nações.” (Jr 1.5). Quanto mais ele seguia o chamado de Deus, mas ele era ridicularizado, excluído e perseguido por aqueles que deveriam ser os ouvintes do seu ministério.
           Quando se fala em profeta logo se pensa em um adivinho, mas o profeta na Bíblia é aquele que examina o passado e o presente para repreender os pecados do povo de Deus e mostrar como será o futuro se continuarem no mesmo caminho.
Jeremias foi chamado para denunciar o pecado do povo de Deus que naquela época estava vivendo em orgias, ricos oprimindo pobres, idolatria total, e por isso ele padeceu nas mãos daqueles para os quais ele foi chamado a ministrar “Sempre que falo é para gritar que há violência e destruição. Por isso a palavra do Senhor trouxe-me insulto e censura o tempo todo” (Jr 20.8)
Mas Deus ardeu dentro de Jeremias o fogo do seu chamado e na continuação do texto anterior ele se derrama: “Mas se eu digo: Não o mencionarei nem mais falarei em seu nome, é como se um fogo ardesse em meu coração, um fogo dentro de mim. Estou exausto tentando contê-lo; já não posso mais!” (Jr 20.9)
“Jeremias é a figura de como é ser chamado para o ministério pastoral. Ministério é mais que difícil. É impossível. E a menos que tenhamos um fogo dentro dos nossos ossos nos compelindo, nós simplesmente não sobreviveremos. Ministério pastoral é um chamado e não uma carreira.” Darrin Patrick (Church Planter)
Se esse fogo não queima dentro de você, desista do ministério e vá fazer outra coisa, é melhor para você mesmo. Somente aquele como Jeremias que tem um forte chamado de fogo de Deus podem se envolver no ministério pastoral.
Senhor não deixe essa chama se apague dentro de mim. Que eu nunca busque o ministério por causa de atenção, ou por parecer uma boa carreira, ou porque não envolve pegar no pesado. Mas acenda cada vez mais essa chama dentro de mim. Em nome de Jesus, amém!

Por seu Reino de fogo!

Rodrigo Rezende

Força na peruca



"FORÇA NA PERUCA" A primeira vez que ouvi essa expressão eu me acabei de rir. Mas o que significa essa expressão? É quando alguém que você conhece se encontra cansada, esgotada e vê que ainda há muito para ser feito... E você diz: "Vamos lá. FORÇA NA PERUCA! Não desanime."
Mas porque cargas d'água eu estaria escrevendo sobre isso aqui? Bom, deixa eu tentar explicar. Eu estava lendo a história de Sansão (Jz 13-16) e não pude deixar de imaginar alguém gritando essa frase: "vai Sansão, força na peruca!", no momento em que ele se agarra às pilastras e destrói aquele templo cheio de filisteus.
 Por incrível que pareça, até pouco tempo atrás, eu acreditava que o poder de Sansão estava no cabelo, e talvez você também ache isso. Como é fácil acreditarmos mais em votos, e sacrifícios - já que ele era nazireu e por isso não podia beber nada fermentado, nem tocar em nada morto e nem cortar o cabelo - do que no poder invisível de Deus, no seu Espirito.
Existem três tipos de tentação que os homens costumam cair, são elas: sexo, dinheiro e poder. Sanção caiu no sexo, caiu no laço de uma mulher sedutora e interesseira.
Mas como é maravilhoso perceber a graça de Deus na vida de Sansão. Mesmo ele sendo pecador, mesmo se deixando levar por uma mulher enganadora, o Espirito do Senhor se apossou dele e deu força para que ele pudesse derrubar ás pilastras do templo matando milhares de filisteus.
O poder do Senhor não está nos votos, na abstinência de alguns produtos, mas sim no soberana vontade de Deus que usa aquele que quer e da maneira que quer.
Que possamos viver nessa graça confiando que o Senhor usa pecadores para o seu propósito, quando quer e da forma que quer.

Por seu Reino de graça e poder!

Rodrigo Rezende

Moda Evangelica



No ano de 2004, eu ainda fazia seminário, e estagiava na Primeira Igreja Batista em Mogi Guaçu, uma cidade do interior de São Paulo. E me espantei quando um dia, andando pela rua, encontrei uma loja de roupas evangélicas. Algumas perguntas me surgiram quando vi tal loja: como deve ser uma roupa evangélica? Temos que nos vestir com essa roupa? O que ela tem de diferente? Será que ela é ungida?

De lá para cá as coisas só pioraram. E semana passada eu vi uma reportagem que um amigo compartilhou no Facebook, falando sobre como tinha crescido e quanto estava se tornando lucrativa a moda evangélica, veja (aqui). E as mesmas perguntas voltaram a me incomodar.

O povo vive uma carência muito grande símbolos, de coisas que dêem a impressão de santidade e de dever cumprido. Por isso, esse tipo de coisa cresce no nosso país, moda evangélica, toalhinha ungida do apóstolo, o copo d'água e etc.

Vamos dar uma olhada nessas perguntas e, biblicamente, tentar respondê-las:

1. Como deve ser a roupa evangélica?

Muitos dirão que para o homem, terno e gravata e para mulheres, saião, coque no cabelo e uma blusa cobrindo praticamente tudo. Mas a verdade é que não existe roupa evangélica, roupa é roupa, evangélico ou não, santo ou não, é a pessoa que está vestindo a roupa.

2. Temos que nos vestir com essa roupa?

Não com esse tipo de roupa que as pessoas pensam, precisamos estar vestidos com decência como a Palavra nos ensina "Da mesma forma, quero que as mulheres se vistam modestamente, com decência e discrição, não se adornando com tranças e com ouro, nem com pérolas ou com roupas caras, mas com boas obras, como convém a mulheres que declaram adorar a Deus" (2Tm 2.9)

3. O que ela tem de diferente?

Na sua essência nada, porque o que o Senhor está preocupado não é com a roupa mas com o seu coração "não considere sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração" (1Sm 16.7)

4. Será que ela é ungida?

Não, o único realmente ungido é o nosso Senhor Jesus Cristo. A própria palavra "Cristo" significa "ungido", Ele, Jesus, é o único verdadeiramente ungido "Levantaram-se os reis da terra, e as autoridade ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido" (At 4.26)

Portanto meus irmãos, não se enganem, não existe roupa evangélica, existe sim um coração quebrantado que se veste decentemente para agradar o nosso Senhor e mestre Jesus Cristo.

Que, na nova coleção, a moda evangélica traga de volta o verdadeiro evangelho e seus desdobramentos, que a tanto, para esses, saiu de moda.

Por seu Reino de amor.

Rodrigo Rezende

NÃO MEXAM NO MEU QUARTERÃO!


Essa semana eu assisti a uma nova propagando do McDonalds onde era apresentado um de seus sanduiches mais antigos, o quarterão. A propaganda é bem interessante, se você ainda não viu veja (aqui). Mas o que mais me chamou atenção é como essa propaganda se parece com a visão de muitos na igreja hoje em dia.

A ideia da propaganda é que tudo mudou, música mudou, palavra mudou, pai mudou, mas NÃO MEXAM NO MEU QUARTERÃO. Fazendo um paralelo com a visão de muitos hoje, a propaganda seria assim: “Cabelo mudou, óculos mudou, palavra mudou, pai mudou, mas NÃO MEXAM NA MINHA IGREJA”.

Muitos vivem entendendo que o seu chamado é a manutenção da estrutura da igreja do jeito que eles conheceram. E se, durante toda a vida deles, a igreja não mudar em nada eles se sentam rejubilosos com um sorriso no rosto e o sentimento de dever cumprido.

Eu não estou falando só das igrejas históricas, existem muitas igrejas novas que já assumiram os seus tradicionalismos, mesmo sem cara de tradicionalismos, e lutam com unhas e dentes pela manutenção de suas estruturas, por mais descoladas que pareçam.

Certa vez escutei uma definição de tradicionalismo e tradição muito interessante: “Tradição é a fé viva dos que morreram, e o tradicionalismo é a fé morta dos que vivem” (Jaroslav Pelikan). Ou seja, devemos sim manter a tradição bíblica, dos apóstolos, não podemos nem devemos mudar nada daquilo que nos foi revelado na Palavra. Mas aquelas coisas que fazemos e que não foram claramente descritas na Palavra podemos sim mudar, afinal o mundo está em constante mudança.

“Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.1-2)

Devemos estar preparados para não nos amoldarmos pelo padrão do mundo, porque o nosso padrão é o Senhor e a sua Palavra, mas precisamos renovar a nossa mente para que, conhecendo o nosso tempo, possamos comunicar as verdades eternas de maneira relevante.

Não é interessante perceber que não existe meio versículo na Palavra que mostra como era a liturgia da igreja primitiva, acredito que foi de propósito que o Senhor omitiu isso, se não estaríamos fazendo igual eles fizeram até hoje. Essa omissão é porque o Senhor sabia das mudanças que aconteceriam no mundo e não queria que uma liturgia engessada fosse empecilho para o crescimento do evangelho.

“Ninguém põe vinho novo em odres velhos, pois o vinho novo romperá os odres; entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão. Pelo contrário, vinho novo deve ser posto em odres novos e ambos se conservam. E ninguém, tendo bebido o vinho velho, prefere o novo; porque diz: o velho é excelente.” (Lc 5.37-39)

O vinho novo ainda está em fermentação, continua em expansão, o odre velho já dilatou tudo o que tinha para dilatar, então, quando se coloca vinho novo em odre velho ele expande e se rompe. O Senhor Jesus estava ilustrando a mentalidade dos fariseus e escribas, que já tinham desenvolvido um sistema em suas cabeças e nada poderia fugir a esse sistema pré-definido porque não tinha mais para onde expandir.

O evangelho do Senhor é o vinho novo, em constante expansão, mas que nunca perde sua essência, e só pode ser compreendido por odres novos, o que não está ligado à idade cronológica, mas sim a uma mente renovada no Senhor.

Se a igreja são aqueles que creram no evangelho do Senhor Jesus, e essas pessoas estão mudando, a igreja também muda, a forma muda, não o conteúdo.

Que possamos renovar a nossa mente dia após dia no Senhor e desfrutar do vinho novo em nossas vidas.

Por seu Reino de mudanças!

Rodrigo Rezende

Deus nos prova?


Se fizermos essa pergunta hoje, encontraremos respostas diferentes. Mas se fizéssemos essa pergunta no tempo em que a Bíblia foi escrita, só existiria uma única e unanime resposta: SIM.

Mas fazer tal afirmação hoje é quase um pecado. Como um Deus bom, pode colocar alguém em prova. Na verdade, vivemos em um país onde cada vez menos valor é dado aos estudos, então só em falar a palavra “prova” as pessoas já tremem, mesmo sem perceber que aqui nos referimos a outra aplicação da palavra “prova”, que também não deixa de ser uma prova.

Porque, acreditar que Deus nos prova se tornou tão apavorante para as pessoas? Acredito que é por causa do evangelho triunfalista que permeia o evangelicalismo brasileiro. Nesse tipo de evangelho quem prova e satanás e não o Senhor.

Mas deixa eu te dizer algumas coisas: Deus prova sim, não porque é um Deus masoquista, mas porque ele usa a prova para trabalhar nas nossas vidas.

Vou listar alguns motivos pelos quais passamos pela prova:

1. Para saber se ele é o primeiro lugar nas nossas vidas – Esse motivo é claro quando vemos a história de Abraão e o pedido de Deus para sacrificar seu único filho Isaque (Gn 22.1).

2. Para saber se estamos caminhando em suas leis – É esse o motivo da prova do Senhor com o povo de Israel no deserto quando mandou o maná (Ex 16.4).

3. Para saber se o amamos de todo o coração“Se aparecer entre vocês um profeta ou alguém que faz predições por meio de sonhos e lhes anunciar um sinal miraculoso ou um prodígio, e se o sinal ou prodígio de que ele falou acontecer, e ele disser: Vamos seguir outros deuses que vocês não conhecem e vamos adorá-los, não dêem ouvidos às palavras daquele profeta ou sonhador. O Senhor, o seu Deus, está pondo vocês à prova para ver se o amam de todo o coração e de toda a alma.” (Dt 13.1-3)

4. Para a instrução – O Senhor deixou algumas nações para, por elas, provar Israel, isto é, para lhes ensinar a guerra (Jz 3.1-2).

5. Para saber quem realmente quer segui-lo – O Senhor Jesus provou alguns que diziam querer segui-lo e disse: “ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus” (Lc 9.62)

Mas será que Deus precisa da prova para saber algo? Será que na sua onisciência ele já não sabe aqueles que o amam, se ele é ou não o primeiro lugar, aqueles que guardam a sua lei? É claro que sabe. Então, a prova não é para Deus, mas para nos mostrar quem Deus é e o seu amor por nós.

Não acredite que toda prova vem de satanás, e passe pela prova dando glória a Deus, como a música diz.

A prova (provação) é uma prova (exame) para que através dela Deus nos prove (demonstrar) que é Deus, para que possamos provar (experimentar) que Ele é bom.


Por seu Reino, que também é um reino de prova.


Rodrigo Rezende

O verdadeiro Jejum


Ontem eu estava assistindo a minissérie, numa emissora de TV, que conta a história do rei Davi. Tirando os acréscimos, coisas que a Bíblia não relata, é até interessante. Ontem foi o episódio do nascimento e morte do filho de Davi com Bateseba. E quando Davi soube da doença do filho “implorou a Deus em favor da criança. Ele JEJUOU e, entrando em casa, passou a noite deitado no chão.” (2Sm 12.16)

Existem coisas deturpadas em nossos dias, mas acredito que existam poucas tão deturpadas como o jejum. Então, para começo de conversa vamos ver o que o jejum não é:

1. O jejum não é garantia de que Deus vai me dar o que eu quero.

Davi jejuou, clamou, mas sete dias depois seu filho morreu (2Sm 12.18).

2. O jejum não é uma greve de fome.

Eu não mudo Deus, ele é imutável. Eu não posso constranger Deus com uma greve de fome para levá-lo a fazer aquilo que Ele não quer fazer (Nm 23.19).

3. O jejum não é sinal de vida de relacionamento com Deus.

A palavra de Deus deixa isso bem claro quando mostra que os fariseus jejuavam (Mt 9.14) e esses mesmos fariseus mandaram matar Jesus (Mt 12.14).

Então o que é o jejum? Acredito que a história da morte do filho de Davi nos mostra realmente o que é o jejum.

A palavra de Deus mostra que Davi clamou e jejuou por sete dias em favor da criança, o desejo de Davi era que o filho não morresse. Nesses dias ele não ouviu ninguém, só clamava a Deus. Mas, depois desses sete dias a criança morreu.

Depois de ouvir isso, Davi se levantou, se lavou, se perfumou, trocou de roupa e entrou no santuário do Senhor e o adorou. O verdadeiro jejum nos aproxima de Deus para que possamos nos conformar com a sua vontade, sabendo que Ele sempre tem o melhor, mesmo que não seja aquilo que queremos.

Davi sabia quem Deus era e quem ele era, e quando perguntaram para ele o porquê dessa atitude, já que o normal seria o lamento depois da morte e não o se conformar, ele respondeu: “enquanto a criança ainda estava viva, jejuei e chorei. Eu pensava: quem sabe? Talvez o Senhor tenha misericórdia de mim e deixe a criança viver.” (2Sm 12.22)

Ele sabia que Deus tinha o melhor e que Ele tem misericórdia de quem Ele quer ter misericórdia (Rm 9.15). O jejum conformou Davi à vontade de Deus. “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Rm 8.28)

Que relembremos essa prática que está um pouco esquecida, mas da maneira correta, não para conseguir o que quero, mas para mortificar a minha carne, e assim, conseguir me conformar à vontade de Deus.


Por seu Reino de misericórdia!

Rodrigo Rezende